Cesáreas em Limeira superam taxa nacional
quarta-feira, 23 de novembro de 2011O índice de cesarianas em guia Limeira superou a taxa nacional em 2010. Do total de partos realizados no município, 56% foram cesáreas. O índice brasileiro foi de 52% – primeira vez que a estatística nacional ultrapassou os partos normais. Os dados são do DataSUS, do Ministério da Saúde, e mostram que esse número aumenta a cada ano.
Os registros apresentam ainda que os índices se distanciam cada vez mais do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é uma taxa de 15%. A rede privada de saúde também é apontada como responsável por elevar esse número. Do total de partos realizados na cidade, 66% foram cesáreas em 2010. No atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), de acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de partos cirúrgicos foi de 44%.
Esta não é a primeira vez que o número de cesáreas em Limeira ultrapassa os partos normais. Em 2009, 52% dos partos foram cesarianas. Sendo que 39% dos partos realizados pelo SUS foram cirúrgicos. Já na rede privada, o número foi de 64%.
Médico obstetra há 23 anos, Carlos Roberto D’Andréa Mathias diz que o índice de partos normais no Brasil dificilmente chegará próximo ao recomendado pelo OMS. “Está na cultura da mulher brasileira optar pelo parto cesáreo. A maioria das minhas pacientes opta pela cesárea”, diz.
“É muito complexo avaliar o número de partos normais e cesáreos no Brasil. Todos têm sua parcela de culpa – a população, a classe médica e a falta de políticas públicas de saúde”, ressalta.
Para Mathias, o importante é a mulher estar bem na hora do parto. “Eu sempre orientei pelo parto bom. O parto bom é aquele que evolui bem, seja cesáreo ou normal. A gestante tem que chegar bem fisicamente e emocionalmente para dar à luz. É preciso avaliar todas as situações”, explica.
A pedagoga Ariane Conti de Brito, 36 anos, será mãe novamente. A data para nascimento de seu terceiro filho já está marcada: 6 de fevereiro de 2012. “Nos dois primeiros partos, eu optei pela cesariana, pois tinha medo da dor do parto normal. Desta vez, é uma gestação de risco e será feita a laqueadura também”, conta.
Segundo ela, somente nesta gestação recebeu informações sobre os benefícios do parto normal. “Em nenhum momento fui orientada. Se eu soubesse dos benefícios nas duas primeiras gestações, provavelmente teria pensado em optar pelo parto normal”, revela.
Diferente de Ariane, Bruna Danieli da Silva, 21, desejava que o seu primeiro filho nascesse de parto normal. No entanto, não foi como planejado e sua cesárea ocorreu na manhã de ontem.
“Eu vim ao hospital com dor por três dias. Tentamos o parto normal até o último instante, mas não tive dilatação e estava tão fraca que o médico optou pela cesárea”, disse.
Bruna, que não queria enfrentar as dores do pós-cirúrgico, já sente os efeitos da cesárea. “Estou com bastante dor. Eu já imaginava como seria uma cesárea”, conta.
Segundo informações do Ministério da Saúde, as cesáreas são indicadas principalmente nos casos graves – como desproporção céfalo-pélvica (quando a cabeça do bebê é maior do que a passagem da mãe), hemorragias no final da gestação, ocorrência de doenças hipertensivas na mãe específicas da gravidez; bebê transverso (atravessado) e sofrimento fetal. A ocorrência de diabete gestacional, ruptura prematura da bolsa d’água e bebê com trabalho de parto prolongado.
Fonte: Jornal de Limeira
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