CPI visita escolas e encontra carne vencida para a merenda de Limeira
segunda-feira, 14 de maio de 2012O presidente e o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Limeira, que investiga a qualidade da merenda servida aos alunos das escolas públicas, encontraram diversas irregularidades, na manhã desta sexta-feira (11), em visita a duas unidades da rede municipal de ensino. Carnes com embalagens danificadas e sem identificação adequada, além do prazo de validade vencido foram alguns dos problemas constatados pelos vereadores.
A visita, segundo a assessoria de imprensa da Câmara, foi esporádica e não integra o cronograma de trabalho da CPI, mas vai colaborar nas investigações. “Não podemos mais permitir que nossas crianças sejam submetidas a esta situação, por isso vamos cobrar providências para que o problema seja solucionado”, afirmou Ronei Costa Martins (PT), relator da CPI. O vereador não explicou, entretanto, o que será feito.
Visitas às escolas
A primeira visita ocorreu no Centro Infantil Profª. Mariana Seleghin Pereira, localizado no Jardim Bandeirantes, onde foram constatadas as primeiras irregularidades. Segundo informações da diretora da escola aos vereadores, as carnes que apresentavam problemas estavam separadas e as merendeiras estavam cientes que os produtos eram impróprios para o consumo. Ela enfatizou que a comida não seria produzida e servida com eles.
Ainda segundo a diretora, nesta quinta-feira (10), as merendeiras se recusaram a receber a carne enviada pela empresa Le Barom, responsável por administrar a merenda, ao perceber que o produto apresentava características estranhas.
As carnes com problemas foram retiradas da escola pela equipe da Vigilância Sanitária, que acompanhou a visita, e foram descartadas no aterro sanitário da cidade. Na próxima semana, o órgão deve enviar um laudo sobre quais foram produtos e as quantidades descartados.
Outra escola
No Centro Infantil Carolina S. Bohianza, no bairro Abílio Pedro, a visita ocorreu após uma denúncia de que a carne separada para a refeição desta sexta apresentava forte odor e coloração estranha.
“Temos receio de servir esta carne para os nossos alunos que são crianças pequenas, ainda com pouca imunidade, e que podem ter algum problema ao consumir um alimento com estas características”, informou uma funcionária que não quis se identificar.
Durante a visita, houve reclamação também de atraso no pagamento das merendeiras, que deveria ser feito pela Le Barom, e na entrega dos mantimentos. Em ambas as escolas foram constatadas a falta de armários e local apropriado para a armazenagem dos produtos.
“A população tem um papel muito importante neste processo. A cada denúncia que recebemos, nos fortalecemos para conseguir melhorar a merenda servida às crianças”, disse o presidente da CPI, Carlos Rossler (PRP).
Caso é recorrente
O caso já foi investigado pelo Legislativo na administração do ex-prefeito Silvio Félix (PDT), mas voltou a ser questionado no mandato do atual prefeito Orlando Zovico (PDT). No início deste mês, o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) de Piracicaba recebeu um laudo do Instituto Adolf Lutz que apontou que há má qualidade em produtos usados para a merenda de Limeira.
Três dias depois, representantes da empresa Le Barom e do Ministério Público do Trabalho (MPT) firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dos 400 merendeiros que trabalham na cidade. A audiência ocorreu na sede do MPT, em Campinas, para resolver o atraso no pagamento do recurso.
Fonte: G1